Particularmente,
acho que pensamos muito e que pensar não é o contrário de fazer.
Prefiro que não se pense e nem que se faça: descansem! É disto que
a humanidade precisa! Descansem de ser e de ter e de querer,
descansem de imaginar tudo isto que cansa, a vida e o mundo, a
realidade e toda a fantasia que dela deriva.
Descansem...
Da
filosofia e dos filósofos:
“A
Filosofia é aquilo sem o qual o mundo é tal e qual”
“O
filósofo é um sujeito que procura um gato preto num quarto escuro
que não está lá. E ele encontra...”
Tem
umas horas que de verdade eu detesto o ser humano. A existência só
se fundamenta se calcada na hipocrisia. Eu sempre pergunto a qualquer
um: o que é que você quer de verdade? Diga logo!
Olho
em volta e vejo todo mundo buscando tudo, simplesmente e
absolutamente tudo: equuilíbrio, satisfação, realização,
“energia”, todas as outras baboseiras que derivam da expressão
“o Eu Interior” e por aí vai, todo mundo buscando essa coisa
inexistente chamada Felicidade.
Será
que dá para entender que a gente não pode ser feliz e nem pode ser
infeliz? A felicidade é uma invenção socrático-platônica para
nos ocupar a mente com a busca do maldito “logos”, quer dizer, de
alguma coisa que não está assim tão à mão para que ficássemos
pelejando a vida inteira para atingi-la.
Daí
que a filosofia, mesmo assim, saiu por aí a parir todos estes filhos
e filhas bastardos. A filosofia é a mãe de todas as ciências e de
todos os conhecimentos. Uns filhos foram muito bem criados por ela.
Outros saíram a errar por aí e se perderam completamente.
Então,
depois de ter ralado a bunda na dita academia, não foi difícil
perceber que ninguém manja nada de conhecimento, o que ele é, como
se adquire, como se passa para frente e onde é que tem mais.
Você
aí, que faz um curso universitário qualquer, ficou tentado a usar a
figura daquele seu professor, uma sumidade no assunto tal e qual,
desses que devia andar por aí com um pedestal sob os pés, desses
que deviam ser adorados e aos quais deveríamos edificar um templo
para essa adoração ficar mais apropriada.
Porra
nenhuma! Esse merda também não sabe nada e acha que sabe e não
sabe nem que não sabe porque continua pensando que sabe, cada vez
que arrota essas migalhas de sabedoria.
E
foi a coisa mais esquisita que eu vi num simpózio/colóquio sei lá
o que... o cara lá em cima falando e falando e falando, como se
soubesse o que está falando, e todo mundo cá embaixo ouvindo e
ouvindo e ouvindo fazendo aquela cara de conteúdo forçada como quem
estava entendendo tudo, mas na verdade não estava entendendo
patavina.
“Abrimos
agora para as suas perguntas”, o orador socializou a discussão.
Daí um cara, para fazer uma reles perguntinha, ficou rodando e
rodando e rodando, despejando e vomitando um pretenso conheximento
para não fazer pergunta nenhuma e o cara lá em cima fazendo de
conta que entendeu e até respondeu... Aí é que eu levantei e fui
para o bar.
Passei
grande parte do meu curso no bar... mas isto já é assunto para um
outro post.
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